A morte é uma espécie de sala de espera onde são chamados pelos nomes todos os candidatos que obrigatoriamente à nascença se filiaram nela.
Não há nenhuma evidência científica de que a vida continue para além da morte. No entanto, existem várias crenças em diversas culturas que acreditam na vida após a morte. Na aurora da história da humanidade, o nascimento das ideias e das perspetivas modernas da parapsicologia, tem de remontar no tempo, e por vezes muitos mais para trás, para compreender que o homem desde que conheceu a vida, sempre pôs uma série de interrogações a que em cada momento procurou dar ou obter respostas.
Para o homem, saber se existe algo acima dele, qual será o seu futuro, poder dominar as forças da natureza, tornou-se uma exigência vital, primordial e absoluta. Mas, o que mais tem inquietado o homem, é o não saber se existe alguma coisa para além da vida terrena e da morte do corpo.
EMANUEL SWEDENBORG, foi um grande vidente sueco, místico e visionário, a quem se deve o facto de o grande filósofo alemão KANT (o criador do sistema filosófico denominado criticismo), homem de vasta e profundíssima inteligência, se ter ocupado de fenómenos paranormais. KANT, contemporâneo de Swedenborg, ficou tão impressionado com as possibilidades e os fenómenos do vidente que dedicou à vida e ao pensamento deste uma pequena obra intitulada Sonhos de um visionário, Esclarecidos com sonhos da Metafísica. Tal trabalho foi justamente o resultado daquilo que hoje se chamaria uma sondagem ou uma investigação, que teve para o grande filósofo resultados positivos, dos quais, em antecipação à obra, ele falou numa carta a Carlotta de Knobloch.
Entre muitos, um dos exemplos das possibilidades do individuo é descrito pela senhora Marteville, viúva do embaixador holandês na Suécia. Algum tempo depois da morte do marido, a referida dama recebeu do seu ourives, o Senhor Croon, o pedido de liquidação de um serviço de talher de prata que o defunto marido lhe tinha encomendado. A mulher espantou-se com tal pedido, porque estava absolutamente convencida de que a conta tinha sido pontualmente paga pelo marido aquando da entrega do talher de prata. Por mais que procurasse, porém, a senhora não conseguiu de facto encontrar o recibo nem rastos dele, pelo que, desesperada, dirigiu-se a SWEDENBORG para que de algum modo a ajudasse. O vidente prometeu ajudá-la e três dias depois apresentou-se em casa da senhora Marteville, afirmando ter comunicado com a alma do marido, o que lhe revelara que o pagamento tinha sido pontualmente efetuado sete meses antes da sua morte e que o recibo se encontrava num certo móvel no andar superior da casa. Tendo-lhe a senhora declarado que esse móvel fora repetidamente revistado sem resultado, SWEDENBORG precisou que existia nesse mesmo móvel uma pequena gaveta secreta dentro da qual deveria encontrar-se o recibo. Uma nova verificação feita na presença de testemunhas, levou à descoberta da gaveta e à recuperação do documento, que nela se encontrava realmente. Como este, existem mais exemplos do poder do visionário SWEDENBOR que poderia aqui descrever.
Se existe vida ou não depois da morte, penso que o facto mais importante é que algumas evidências apontam nesse sentido. A vida apenas cumpre a função de reduzir o desgaste de uma espécie de desilusão que projetamos sobre ela e, nesse sentido, temos plena consciência de que a vida é ela a razão de se tornar vazia e, os mistérios da morte, um vazio sem qualquer conteúdo natural proveniente do mundo a quem cabe decidir como e quando reduzir a vida a pó.
By: Carlos Mamede