No seio dos nossos múltiplos desejos quando existe a vontade de a todo o custo enriquecer financeiramente, a virtude intelectual deixa de ser uma prioridade sobre todas as outras.
O conceito da virtude imana em primeiro lugar do acto de pensar para estabelece fins possíveis sem forçar a coerência de vencer. O intelecto deve estar na linha da frente de todos os desejos que pretendem obter uma felicidade rica em elementos para a prosperidade dos bens e do corpo.
Tudo o que implique conhecimento e domínio do sentimento favorece o sujeito e a certeza que domina a razão que assegura literalmente liberdade nas suas respostas.
Com a interrogação dependemos sempre duma resposta que anule o não ser, e passe a existir uma razão de ser. O falar em termos de saber, sugere em si mesmo uma sábia leitura do real. Desde sempre existimos na incerteza do mundo, tanto a fugir dos seus perigos como a procurar os seus prazeres, a verdade é que esta necessidade aparente tem a sua razão de existir, uma vez que simboliza aquilo que o homem é no seu modo irrefletido.
Sabemos que a consciência da dúvida não é duvidosa, pois as expressões que normalmente se associam à dúvida traduzem aquilo que sentimos, e não aquilo que imaginamos sentir. Porque o homem é homem, usa a voz para dar a conhecer o seu saber contido em potência na ordem do conhecimento, e instrumento natural revelador das suas paixões.
O homem possui um intelecto que consiste integrar e interpretar as mensagens que se jogam na rejeição da paixão. Embora o realismo do fim natural esteja sempre presente no homem, uma vida plena e postulada na perfeição dum catálogo de soluções ricas em elementos, só faz sentido se houver aí a paixão como algo que se encontra para lá desta.
By: Carlos Mamede